ACTAS  
 
24/08/2009
Sessão formal de Abertura
 
Paulo Pinheiro

Sejam bem vindos à Universidade de Verão. Cabe-me a honra de vos dirigir as primeiras palavras na qualidade de vosso colega, ou melhor de ex-colega porque o ano passado estava desse lado.

Estava desse lado a sentir o que vocês estão a sentir, a expectativa, algum receio, alguma curiosidade face ao que outras pessoas que participaram em edições anteriores já nos revelaram.

Mas o que vos quero dizer é que foi uma experiência única. Uma experiência em que aprendi muito mas onde pude crescer como pessoa e como quadro político.

E espero que, quando vocês terminarem esta Universidade de Verão, sintam o mesmo.

Também se vão divertir. E também quero recomendar-vos isso: divirtam-se aprendendo.

A experiência foi única e tenho a certeza que, no próximo Domingo vocês vão olhar para trás e vão ter saudades. Até vão querer repetir mas para que possam espreitar alguns dos momentos que aconteceram o ano passado, na Universidade de Verão em que participei, convido-vos a ver o vídeo que vai ser transmitido: (Aplausos)

(É projectado um vídeo sobre a Universidade de Verão 2009)

 
Dep.Carlos Coelho
Sejam bem vindos à Universidade de Verão de 2009.

Sejam todos bem vindos mas permitam-me uma saudação especial ao Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro, Dr. Alexandre Relvas cuja presença agradeço, o Presidente da JSD, Pedro Rodrigues, com uma contribuição essencial na organização desta Universidade, o Secretário Geral Adjunto, José Matos Rosa a quem se deve a localização da Universidade de Verão em Castelo de Vide, o Director Adjunto Duarte Marques, a Joana que representa o conjunto dos Conselheiros e dos Avaliadores.

Gostaria de assinalar a presença na sala do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide que iremos saudar de forma especial no Jantar Formal de Abertura e também do Presidente da Comissão Política Distrital de Portalegre.

Meus caros amigos, estamos na Universidade de 2009. E as pessoas que estão cá, a maior parte não se conheciam, mas já se revelaram um pouco no Quem é Quem que está nas vossas pastas.

O Quem é Quem é uma forma simples de dizermos um pouco de nós, o que somos, o que sentimos, o que gostamos mais. Este exercício de abertura foi feito por vocês no vosso processo de candidatura, foi feito por nós, na organização e é um exercício que pedimos a todos os oradores que vêm falar connosco. É uma forma de partilhar o que somos e o que queremos e de nos conhecermos um pouco melhor uns aos outros.

Quem está cá na Universidade de Verão – vocês – resultaram de um processo de candidatura e esta é a primeira coisa que gostaria de sublinhar, não é fácil nós candidatarmo-nos porque um processo de candidatura tem sempre dois resultados: Podemos ser aceites ou não ser aceites.

É preciso, pois, alguma humildade e muita vontade quando alguém se candidata.

Vocês foram seleccionados na sequência de um processo que é o que menos gosto de fazer na Universidade de Verão. É uma responsabilidade que partilho com outras pessoas: é um júri. É um processo de selecção curricular. Tentamos com os vossos currículos e as vossas fichas de candidatura tentar imaginar um pouco quem são e do que é que são capazes e matizar as nossas preferências com critérios de equilíbrio etário, regional e sexual.

E tenho à minha frente o resultado dessa selecção. Não sabemos se acertámos ou se não acertámos. Podemos ser criticados pelas escolhas que fizemos. A nossa convicção é que escolhemos os melhores. Portanto olhamos para vocês como uma autêntica selecção nacional. Vocês são a nossa selecção nacional. Para o bem ou para o mal são a selecção que nós escolhemos e queremos acreditar que vocês são mesmo os melhores daqueles que se candidataram.

E vão reparar que ao longo desta Universidade vamos tratar-vos como uma selecção nacional.

Com a qualidade dos oradores que convidámos para estarem convosco, com inúmeros detalhes de organização que estão pensados. Estão pensados para uma elite de jovens que temos aqui em 2009.

Mais à frente referirei alguns desses pormenores.

Quero ir agora à parte chata. Há muitas regras nesta Universidade. Têm, na vossa pasta de documentação uma brochura com as regras. Há regras para tudo: Há regras para os Jantares, há regras para as Conferências, há regras para os Temas, há regras para os Grupos de Trabalho. Não são regras complicadas e são regras que fazem sentido. Mas há 5 regras mais importantes que as outras: são as 5 regras principais: a primeira é ter vontade. Ninguém está aqui obrigado. Quem está aqui foi porque quis vir e candidatou-se. Ter vontade é a 1ª regra nesta Universidade de Verão.

A 2ª é querer saber mais.

Diz-se que a curiosidade intelectual é um sinal de inteligência. Os espíritos inquietos querem sempre saber mais. Querer saber mais deve ser uma marca daqueles que estão nesta Universidade.

A 3ª é ser pontual. Uma coisa que ninguém percebeu desde 2003: é como é que os jovens social democratas eram capazes de dar uma lição ao país. O nosso país tem um problema de falta de competitividade. E grande parte desse problema de competitividade tem a haver com a falta de respeito pelos horários. Na nossa Universidade 10H não são 10H e meia, não são 10H20, não são 10H15, não são 10H10 nem sequer são 10H05. 10 horas são 10 horas.

Tudo começa e acaba à hora, ao minuto, ao segundo só é possível com a vossa colaboração. Peço-vos o mesmo que pedi com sucesso em 2003, em 2004, em 2005, em 2006, em 2007 e em 2008. Porque em 2009 é a sétima edição consecutiva da Universidade de Verão: que os jovens social democratas provem ao país que é possível sermos diferentes, é possível cumprir horários, é possível sermos rigorosos.

Em 4º lugar é ser solidário com os colegas do Grupo de Trabalho, com todos os participantes da Universidade de Verão. Somos uma família e devemos ter expressão de solidariedade entre nós.

E há uma questão de actualidade que é expressão dessa solidariedade. Nós vivemos uma ameaça de saúde que os especialistas dizem que se pode transformar numa pandemia. Cada um de nós vem de sítios diferentes no país. O que vos pedimos é que, se algum de nós tiver algum sintoma gripal que nos diga logo para que nós, com as autoridades de saúde pública de Castelo de Vide, possamos impedir um contágio generalizado que nenhum de nós deseja.

A quinta e última regra é ser construtivo. Não hesitem em dar-me a mim ou aos vossos Conselheiros as vossas sugestões, as vossas opiniões que consideram puder melhorar o funcionamento da nossa Universidade.

O nosso modelo de trabalho é um modelo simples. Quase todos os dias têm a mesma lógica. Começamos às 10H00 (às 10H e 0 minutos). Convido-vos a tomar o pequeno-almoço mais cedo e entrarem na sala um pouco antes das 10H00 para às 10H00 começarmos os nossos trabalhos e, o mais tardar acabar às 12H30. Não há derrapagens. Às 12H30 acaba aconteça o que acontecer. Pode até acabar um bocadinho mais cedo mas, no limite acaba às 12H30.

O almoço é à uma hora e às 14H30 com termo às 17H00, o mais tardar temos o segundo Tema do dia.

Temos um lanche servido lá em cima no primeiro andar na zona do restaurante entre as 5H e as 5H30 e às 17H30 temos Trabalhos de Grupo.

Se trabalharem bem às 19H00 estão libertados. Se tiverem uma derrapagem peço-vos que terminem os vossos trabalhos às 19H30, para terem uma pausa entre o Trabalho de Grupo e o Jantar - Conferência que começa rigorosamente às 20H00.

O vosso dia de amanhã que corresponde a este registo tem o Dr. Miguel Monjardino às 10H00 sobre Relações Internacionais. O Prof. António Borges, sobre Economia, às 14H30, os Trabalhos de Grupo às 17H30 e o Dr. Marques Mendes com o Jantar – Conferência às 20H00.

Este será o dia de amanhã.

Esta Universidade é interactiva, tem a Intranet e o acesso à Internet através de uma rede sem fios aqui no R/ch e no 1º andar na zona do restaurante. Podem fazê-lo através dos vossos computadores portáteis ou através dos computadores comuns que estão disponíveis no 1º andar à entrada da sala do restaurante.

Podem aceder à Intranet através deste endereço que vêem no ecrã. Se desejarem entrar na vossa área privada, que é a área que vos permite participar com o vosso nome e as vossas propostas, têm de entrar com a password que vos foi dada em envelope fechado quando fizeram a vossa credenciação.

Essa password garante que aquilo que é feito em vosso nome na Intranet é mesmo fruto, expressão da vossa vontade e não a brincadeira de um colega que quer meter na vossa boca, melhor, nos vossos dedos, palavras que vocês não queiram digitar.

A interactividade da Universidade de Verão é também assegurada por um jornal diário que é o JUV o Jornal da Universidade de Verão. Já têm nas vossas pastas, a edição de boas vindas, o nº “0”, amanhã sairá o nº 1 e depois, todos os dias até ao último dia da Universidade.

Quem faz o JUV é o Paulo Colaço, o Júlio Pisa, o José Baptista e vários outros membros da organização mas, na prática quem vai fazer o JUV são vocês. Vocês vão ser solicitados quer através dos vossos grupos, quer individualmente a colaborar com o JUV.

Já vamos ver mais à frente como é que essa colaboração pode ser feita mas, desde logo, duas mensagens: respondam às entrevistas que os repórteres dos JUV vos vão fazer, quer os do JUV, quer os da UVTV de que vos falarei mais à frente, e cada Grupo como ficaram a saber logo à noite, terá a responsabilidade de assegurar uma página do JUV durante a semana, é o que chamamos You JUV a vossa página especial no órgãos oficial da Universidade de Verão, a despeito de todos os outros devem contar com a vossa participação.

A interactividade é também assegurada por concursos não obrigatórios. O que é que são os concursos não obrigatórios?

O primeiro é “Uma Pergunta para”. Vocês todos os dias poderão fazê-lo através da Intranet ou através dos impressos que vos são distribuídos todos os dias. Hoje já vos foram distribuídos 2 impressos: um para o Dr. Alexandre Relvas e outro para o Dr. Pedro Rodrigues. Vocês sabem que esta faculdade já tinha sido aberta antes. Recebemos algumas perguntas por e-mail mas aqueles que o não fizeram têm uma última oportunidade para fazer perguntas ao Presidente da JSD e ao Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro.

Essas perguntas são recolhidas por nós à saída desta sessão formal de abertura.

Dessas perguntas, os nossos convidados escolheram 2 a que responderão e quer as perguntas, quer as respostas serão publicadas no JUV.

Pedro Rodrigues, o Presidente da JSD, como vai estar connosco toda a semana, vai através da Intranet, responder a todas as perguntas e não apenas as duas inicialmente seleccionadas. Portanto, todas as perguntas que lhe fizerem serão respondidas ao longo da semana.

Mas os outros convidados só respondem quando cá estão, e portanto, só respondem a duas.

Todos os dias vocês vão ter oportunidade de fazer perguntas por escrito à personalidade que é o nosso convidado para o jantar (amanhã será Marques Mendes, depois Suzana Toscano, Rui Rio, Paula Teixeira da Cruz e finalmente Pedro Santana Lopes) e as pessoas à distância, ou seja, personalidades que não estão aqui na Universidade de Verão mas que vão receber as vossas perguntas à distancia, vão seleccionar duas e vão responder através do JUV.

As primeiras que receberão amanhã de manhã serão para o Prof. João de Deus Pinheiro e o Dr. Durão Barroso e as outras vão conhecendo ao longo dos dias.

Trata-se de uma contribuição não obrigatória: podem fazê-lo, convido-os a que usem essa capacidade.

Peço-vos que não fiquem tristes os que não forem seleccionados. Não é uma selecção da nossa responsabilidade. São os nossos convidados que dizem quais são as perguntas a que querem responder. São perguntas curtas para respostas curtas. O JUV tem uma limitação de espaço. Portanto se fizerem perguntas que exijam respostas muito complexas e longas, já sabem que é menos provável que essas perguntas sejam seleccionadas.

Depois têm a oportunidade de fazer sugestões. Mais uma vez convido-vos a usarem a Intranet, mas se não quiserem usar a Intranet, podem usar os vossos impressos que têm na vossa pasta.

As Sugestões podem ser assinadas ou podem ser anónimas. Se quiserem fazer Sugestões anónimas, devem recolher um impresso que não contenha o vosso nome (já têm alguns na vossa pastas de documentação, mas podem sempre levantar mais junto da organização) dobram em 4 e depositam nas urnas juntamente com o vosso voto de avaliação da sessão que já explicarei mais à frente como irá funcionar.

O que são as Sugestões? As Sugestões são todas as ideias que vocês têm de como é que podemos melhorar a Universidade de Verão. Pormenores que vocês vêem e dizem se fosse eu a fazer, fazia diferente, fazia melhor. Eu prometo-vos que respondo a todas as Sugestões on-line durante a Universidade de Verão. Isto é, todas as vossas Sugestões serão respondidas por mim, algumas adoptando-as, outras (de que discorde), explicando porque não concordo, e aquelas com que concordo mas que já não temos possibilidade de adoptar nesta edição, ficarão como propostas para adoptar na Univ. 2010.

A última participação não obrigatória é o “Achei Curioso”. O que é o “Achei Curioso”? É um concurso de opinião. Vocês acharam curioso algo que se passou na Universidade de Verão, algo que vos não tinha passado pela cabeça, pode ser um aparte, pode ser uma intervenção, pode ser uma personalidade convidada, um pormenor da organização, algo que vos chamou à atenção ou que acharam invulgar. Devem registar o “Achei Curioso” ou através da Intranet registando directamente nos computadores ou utilizando os impressos de que dispõem e o JUV vai seleccionar alguns “Achei Curiosos” para publicar no JUV.

Vocês podem fazê-lo no decorrer de toda a Universidade mas de forma a que possa ter efeito útil no dia, há alguns prazos a respeitar: As sugestões não têm prazo, podem fazê-las a todo o momento, as Perguntas devem entregar até ao final da sessão da manhã, até à 1H00, de forma a que possamos enviar as perguntas para quem responde à distância (e alguns estão muito longe), essas personalidades têm que seleccionar, têm de responder e têm de nos enviar a tempo de as incluirmos na edição do JUV que está a ser preparado nessa noite. Portanto as Perguntas até às 13H00.

Os “Achei Curiosos” podem enviar sempre mas todos os dias até às 17H30, vê os que existem e fará a sua selecção para publicarem na edição desse dia.

Como vos disse, para nós, vocês são uma selecção nacional, são uma elite de jovens quadros, não estão fechados em Castelo de Vide. Têm o direito e tem o dever de saber o que acontece lá fora: em Portugal, na Europa e no Mundo.

Por isso, todos os dias vão ter uma Revista de Imprensa feita pelo José Baptista de que já receberam uma primeira edição.

Quando entrarem na sala de manhã, terão um power point com os principais destaques desse dia, da Imprensa nacional, da imprensa internacional e da blogosfera e terão ao final da manhã a Revista de Imprensa em papel. Ela será também editada em formato digital e colocada na intranet para os que preferem consultá-la dessa forma ou até mesmo fazer o respectivo download.

Existe também algo que criámos o ano passado: a UVTV. É um canal de televisão interno. A UVTV corre nos vossos quartos. Podem ligar o canal da UVTV e ver o que se está a passar. Todos os dias há 2 filmes-resumo.

Um filme mais centrado nas intervenções e outro mais centrado no que está para lá das intervenções. São dois filmes de 3 minutos. Os que chegaram mais cedo provavelmente já viram um filme de boas vindas com alguns aspectos mais curiosos da organização da Universidade de Verão.

Depois de vos ter falado das participações não obrigatórias, queria agora falar-lhes das participações obrigatórias.

Vocês vão ter em todos os Temas, uma folha de avaliação. Uma avaliação feita por voto secreto, portanto anónima, em que pedimos para serem o mais sinceros possível.

Queremos a vossa opinião em nove parâmetros de avaliação: 3 sobre o tema, 3 sobre o orador e 3 sobre a logística.

Vamos pedir-vos que digam sobre o tema se ele é importante, se ele foi interessante e se trouxe novidades?

Queremos que digam sobre os oradores se ele sabia da matéria? Se transmitiu bem? E se vos pôs à vontade?

E queremos sobre a organização saber como é que avaliaram os textos de apoio, a qualidade dos suportes audiovisuais e o tempo que dedicamos a esse tema. Peço-vos para serem sérios, é uma votação anónima e ninguém sabe o que cada um está a dizer, mas a vossa avaliação permite melhorarmos a nossa Universidade de Verão. E peço-vos para não cederem  à avaliação por simpatia. O que é isso de uma avaliação por simpatia? É quando contaminam uma avaliação por simpatia.

Deixem dar-vos 2 exemplos concretos: Na 1ª pergunta se o Tema é importante, é irrelevante, se o tema foi ou não bem dado. A aula pode ter sido um desastre mas o Tema, em si, ser importante. Imaginem que o Tema que eu vou dar (juntamente com o Rodrigo Moita de Deus), é uma tragédia, vocês vão detestar tudo o que eu e o Rodrigo vos vamos dizer. Porque foi atabalhoado, porque estivemos mal, porque gaguejámos, porque dissemos o que vocês já sabiam, vocês detestaram na avaliação. Na pergunta “Se foi interessante” devem pôr 1 foi péssimo (o 5 é muito bom o 4 é bom o 3 é suficiente o 2 é medíocre e o 1 é mau. Esta é a escala de avaliação em tudo o que fizermos na Universidade de Verão). Mas vocês podem achar que uma aula sobre comunicação faz sentido e portanto não devem contaminar a vossa avaliação sobre a importância do tema em função da eficácia com que ele foi transmitido. Eu até diria que esse primeiro quesito é a primeira coisa que vocês devem avaliar antes de ouvir o tema. Assim que chegam avaliam logo a importância e só os outros quesitos é que avaliam depois de ouvirem o tema. Dou-vos outro exemplo, o Engenheiro Carlos Pimenta esteve cá há alguns anos e fez uma intervenção fabulosa, toda a gente adorou o Engenheiro Carlos Pimenta, foi de facto uma excelente intervenção. Na avaliação dos textos de apoio, a média dos vossos colegas foi 3,2 portanto, a roçar o suficiente. Não seria mau se o Engenheiro Carlos Pimenta, tivesse dado algum texto de apoio mas, não deu texto de apoio nenhum. Portanto em bom rigor a avaliação dos textos de apoio devia ter sido 1 e as pessoas não deviam ter tido nenhum rebuço em dar-lhe 1 porque, ao avaliar os textos de apoio não estamos a avaliar o orador estamos a avaliar os textos de apoio. É isso que vos peço para não fazerem contágios por simpatia. Vejam cada quesito pelo valor intrínseco e dêem a resposta que acham que devem dar 5- muito bom, 4- bom, 3- suficiente, 2- medíocre, 1- mau. Também outra participação obrigatória é preencher este impresso em cada tema, “o que é que aprenderam”. Peço-vos que dêem 3 coisas, duas… uma.

E se não aprenderam nada de novo, não preencham o impresso, dobrem-no e depositam na urna porque o voto é obrigatório.

Lá para o meio da Universidade de Verão vão olhar para nós com raiva por ter tantos impressos para preencher. Vão achar que é uma carga burocrática excessiva. Não se trata disso. Trata-se que a vossa opinião é importante para nós. É importante para nós sabermos o que nos ficou na memória. O que é que acharam mais importante, quais foram os conteúdos, os conceitos que fizeram a diferença. Isso é muito importante para melhorarmos as próximas edições. Porque meus caros amigos, mal ou bem, gostem ou não gostem, esta Universidade de Verão 2009 que vocês vão viver não tem nada a ver com a Universidade de Verão que os vossos colegas viveram em 2003.

Ao longo dos anos com a avaliação dos vossos colegas nós fomos melhorando e mudando sempre alguma coisa.

Todos os anos incluímos novidades e isso quase sempre resulta da opinião dos participantes.

É por isso que, no último dia, o último esforço que vos vamos pedir é um esforço de avaliação. Vão avaliar durante toda a Universidade, momento a momento, Tema a Tema, dia a dia, mas vão fazer uma avaliação mais pesada no último dia. Essa avaliação é muito importante. É com essa avaçiação que nós esperamos desenhar e construir uma Universidade de Verão 2010 ainda melhor do que esta que tentámos preparar para vocês em 2009.

Meus caros amigos, concluo dizendo o seguinte:

Esta Universidade ocorre num momento em que há eleições. Isso vai fazer com que, para o mal ou para o bem, haja mais atenção sobre nós. Sobre esta Universidade de Verão vão cair mais olhares, mais atenção mediática do que era comum em anteriores edições da Universidade de Verão.

Isso tem, como tudo na vida, aspectos positivos e aspectos negativos. Em qualquer circunstância eu gostaria que todos nós, todos vós, dessem o melhor exemplo no funcionamento desta Universidade. Que aqueles que nos estão a acompanhar à distância, percebam que os jovens social democratas não estão a fazer turismo uma semana em Castelo de Vide. Que aqueles que estão à distância a olhar para nós percebam que estamos a fazer um trabalho sério de qualificação de quadros políticos. Que aqueles que estão lá fora a olhar para nós percebam que também nisso, nós fazemos a diferença relativamente a outras famílias políticas e a outras organizações. E queremos que vocês saiam daqui com algo mais.

Podem não aprender muitas coisas novas, podem sair com algumas ideias diferentes, mas gostaria que saíssem com um fogo especial.

Os que estão aqui são muito diferentes, têm idades diferentes, vêm de partes diferentes do país e têm sexos diferentes (presumo, tanto quanto estou a ver aqui à minha frente), uns têm passado estudantil, são ou foram dirigentes associativos, outros não. Outros são autarcas, outros querem sê-lo, outros nunca pensaram nisso, outros têm presença activa no PSD ou na Jota, outros estão muito longe da participação partidária.

Queremos que todos saiam daqui com a vontade reforçada de fazer intervenção cívica e política, mais informada, mais atenta, mais eficaz.

E para o fazerem há concerteza muitas qualidades mas eu gostaria de sublinhar 3 requisitos essenciais: 1º é ter vontade. Quando nós queremos mesmo, quando temos mesmo vontade, temos criatividade suficiente para atingir os nossos objectivos.

Não há obstáculos à nossa frente, encontramos soluções.

A segunda é retirada de um conceito novo, o conceito de pegada ecológica. Vocês já ouviram falar o que é pegada ecológica? Considerada área do terreno produtivo necessário para sustentar o nosso estilo de vida. Dizem que se somarem as pegadas ecológicas dos cidadãos todos e chegarmos à conclusão de que isso dá um valor superior à superfície da terra significa que o nosso modelo de desenvolvimento não é sustentável. A pegada ecológica significa que o nosso modelo de vida, que o nosso modelo de desenvolvimento tem custos para o planeta. Nós deixamos uma marca no planeta pelo facto de existirmos e consumirmos.

Na política também há uma pegada política. Nós não queremos passar indiferentes, quando passamos na vida deixamos a nossa marca, com os outros que nos rodeiam, com aqueles que nos conhecem. Não é mau deixar marcas na vida, é bom! Mas é bom se as marcas forem boas, se dermos boas pegadas isso é bom. Se deixarmos pegadas más isso é mau. A diferença entre a boa pegada e a má pegada é a forma como nós fazemos política. É necessária vontade, mas é necessária também competência.”

 “E o terceiro requisito é um requisito que já recordámos na universidade de Verão o ano passado, citando Francisco Sá Carneiro quando ele dizia que a política sem risco é uma chatice mas sem ética é uma vergonha. A ética é a terceira característica que nós devemos ter a fazer política. Vontade, competência, ética porque o nosso compromisso na política é com os outros. Eu gosto muito de recordar um livro, de uma liberal inglesa Shirley Williams, que escreveu um livro dizendo “a política é para as pessoas”. E a política a sério é para as pessoas. O que nos deve interessar são as pessoas, o seu bem-estar, a sua segurança, as suas necessidades, o seu desenvolvimento, a sua felicidade. Se tivermos isso presente vamos deixar boas pegadas na política. Que sejam felizes na Universidade de 2009!!

(aplausos)

 
Pedro Rodrigues

“Sr. Presidente do Instituto Sá Carneiro, Caro Reitor da Universidade de Verão 2009, Sr. Secretário-geral Adjunto do PSD Matos Rosa, Sr. Presidente da Câmara de Castelo de vide, Sr. Presidente da Câmara de Portalegre, Caro Presidente da Distrital do PSD de Portalegre, Caros alunos da Universidade de Verão 2009. É para mim um enorme prazer dar-vos as boas vindas a esta sétima edição da Universidade de Verão. Na próxima semana terão oportunidade de discutir com os maiores especialistas do nosso país, os grandes temas que mobilizam e motivam a nossa geração. Mas terão também a oportunidade de conhecer novos amigos e de se juntarem à grande família da Universidade de Verão e à família da JSD. Uma família onde o mais importante é o colectivo, onde o mais importante do que vocês próprios, mais importante que as vossas ambições, que os vossos anseios, que as vossas preocupações, mais importante que tudo isso é o interesse da nossa família, é o interesse do nosso País, é o interesse da nossa geração. O que importa é o espírito de grupo, a solidariedade entre todos vocês e o interesse colectivo. A formação política é para a JSD uma prioridade estratégica e fundamental. Para nós, e ao contrário de outros, como o Partido Socialista, a formação política é para levar a sério. Não é para ser levada como um exercício de demagogia, ou como oportunismo político onde o primeiro-ministro aparece para tentar esquecer que se esqueceu durante quatro anos e meio da juventude portuguesa. Para tentar fazer esquecer que se esqueceu dos 150 mil empregos que prometeu para os jovens portugueses, para fazer esquecer que prometeu criar melhores condições de acesso ao arrendamento jovem. Para fazer esquecer que prometeu um sistema de educação com rigor, com excelência e com qualidade e continuamos a ter um sistema de educação em que a qualidade, o rigor e o mérito é mais ou menos parecido com aquele com que ele concluiu a licenciatura dele.

Para nós a formação é mesmo para levar a sério. Para nós a formação não é uma brincadeira e é por isso que investimos, apostamos e acreditamos em vocês. Ao contrário do Partido Socialista que olha para a política e para os jovens com paternalismo, nós olhamos para os jovens como um activo central e fundamental do nosso futuro e do nosso desenvolvimento. E é por isso que enquanto o Partido Socialista organiza festivais de verão, nós organizamos a Universidade de Verão. É por isso, que enquanto no festival de verão há espectáculo e show-off, nós damos a oportunidade de discutir temas como o ambiente, como a política internacional, como a social-democracia, e tantos e tantos outros temas importantes para a nossa geração e para o nosso futuro colectivo. E o que é que faz o Partido Socialista? O Partido Socialista junta meia dúzia de bandas e Dj’s para dar música aos jovens portugueses como já estamos habituados com o Engenheiro Sócrates e o Partido Socialista têm feito durante estes quatro anos e meio. Nós já não nos deixamos enganar. Para nós a politica é o exercício da credibilidade e da seriedade. E por isso, queremos actores políticos rigorosos exigentes sérios e bem preparados. E é por isso que estamos aqui durante esta próxima semana. Nesta sétima edição da Universidade de Verão vamos impor, o mesmo rigor, o mesmo empenho e a mesma qualidade da nossa intervenção como fizemos nas últimas seis edições. Mas vamos também depositar em vocês, a mesma esperança que depositámos nos vossos colegas das últimas seis edições. A esperança de que aproveitem esta oportunidade. A oportunidade de reflectirem sobre aquilo que é importante para o futuro do País, mas a oportunidade de absorverem o espírito da família Universidade de Verão e da família JSD.

Mas também temos a esperança de que depois da Universidade de Verão se juntem à JSD e ao PSD na construção de um novo Portugal. Na construção de um Portugal que não se resigna e que não desiste. Um Portugal que não ser resigna a ter a mais alta taxa de desemprego jovem da Europa. Um Portugal que não se resigna a ter uma rede de ensino superior desajustada da realidade do nosso país. Um Portugal que não se resigna a ter um sistema de educação que não é competitivo face aos temas de educação dos nossos parceiros europeus. Um Portugal que não se resigna de maneira nenhuma a que continuemos a ser o país da Europa onde os jovens mais tarde saem de casa de seus pais. Nós, a nossa geração, ambiciona muito mais e muito melhor. Ambicionamos um país que não desista e que queira sair da cauda da Europa. Nós ambicionamos um país onde os jovens possam ser felizes cá dentro, e não tenham necessariamente que sair lá para fora para se realizarem profissionalmente e pessoalmente. Eu e a JSD contamos com todos vocês. Contamos com todos vocês para construir este Portugal em que eu acredito e em que nós todos acreditamos. Porque nós somos mesmo a geração….(um minuto inaudível)

Viva a JSD, viva o PSD, mas como Sá Carneiro nos ensinou e espero que nunca se esqueçam viva sempre e acima de tudo Portugal. Muito Obrigado!”

(Apalusos)

 
Dr.Alexandre Relvas

“ Caros amigos, começo também por vos dar as boas-vindas e por expressar o desejo que esta semana venha a corresponder às vossas expectativas. Quero também aproveitar este momento para agradecer publicamente a todos os conferencistas a disponibilidade para estarem presentes nesta sétima edição da Universidade de Verão. Quero também felicitar a organização todos os que deram o seu contributo, em particular, a JSD, cujo trabalho, entusiasmo, e capacidade de mobilização tem sido decisivos para a afirmação do PSD na vida política nacional.

Quero dar uma palavra muito especial para o Carlos Coelho, que é a alma da Universidade de Verão e que tem tido ao longo dos anos uma intervenção de enorme relevância em vários domínios da formação política desde os seus tempos da juventude social-democrata.

A vossa presença nesta Universidade de Verão significa que têm um elevado interesse pela actividade política. É fundamental que a política reúna alguns dos melhores. Daí a importância de sensibilizar e mobilizar a juventude com iniciativas como esta, como a Universidade de Verão. É aliás desejável no futuro uma maior atenção e participação por parte dos nossos concidadãos nas questões políticas. Essa é uma condição para que os políticos apresentem propostas mais claras e com maior sentido de compromisso. Para garantir um debate mais profundo sobre as grandes questões nacionais e uma maior responsabilização daqueles que escolhemos para nos representar e governar. É também desejável renovar a classe política trazendo para esta actividade cada vez mais pessoas com vida e profissão. Como disse o José Pacheco Pereira: pessoas que na sua vida profissional e académica se afirmaram e que estejam disponíveis para dar o seu contributo. Esta realidade contribuirá seguramente para que a actividade política possa ser mais valorizada e respeitada.

Se for possível trazer para a política gente com vida e profissão como dizia à pouco, com uma origem diversificada. Académicos, funcionários públicos, empresários de pequenas e médias empresas, Agricultores; os portugueses seguramente rever-se-ão mais nos discursos, nas formas de estar e nas decisões dos políticos e estas reflectirão nas suas actividades e decisões mais profundamente os sentimentos e anseios do país. Neste ponto não queria deixar de vos dar um conselho, embora a política seja fortemente motivante não dependam da política. Tenham vida e profissão; só assim serão mulheres e homens livres. Só assim não terão dependências, só assim não terão de lutar por lugares, só assim poderão lutar com convicção pelas vossas opções.

A política é uma actividade de enorme nobreza, a realização de um serviço público; o trabalho a favor da comunidade em particular na política é extremamente gratificante. Mas a política só é uma actividade nobre se for desenvolvida com vista à defesa e promoção do bem comum. Como refere o Papa Bento XVI na sua encíclica: caridade na verdade, que aliás vos aconselho vivamente a ler, ao lado do bem individual existe um bem ligado à vida social das pessoas: o bem comum; é o bem de nós todos formado por indivíduos, famílias e grupos intermédios que se unem em comunidade social. É este bem de nós todos que deve ser a referência fundamental na política. A política também só é uma actividade nobre se for desenvolvida com respeito absoluto pela dignidade da pessoa humana. Como dizia Francisco Sá Carneiro, o homem é a nossa medida, nossa regra absoluta, nosso início e nossa meta. Sem ele, sem absoluto respeito por ele, não há, não pode haver democracia verdadeira. A política deve assim ter por objecto um desenvolvimento integral visando promover todos os homens e o homem todo. Sendo a defesa e promoção da dignidade pessoa humana um objectivo fundamental deve ser prosseguindo tendo presente que o desenvolvimento humano integral pressupõe a liberdade responsável de cada um de nós. O respeito e promoção da liberdade e responsabilidade individual devem ser uma referência permanente. Uma sociedade dinâmica depende sobretudo da inteligência e da criatividade dos seus membros devendo promover uma cultura de esforço e de mérito e valorizar o trabalho como forma de realização. Defendemos também o princípio da subsidiariedade que implica um Estado equilibrado e responsável que respeite os cidadãos, as comunidades e a sociedade civil; que centre as suas actividades em funções de soberania, na regulação da vida económica e social, nas políticas públicas de redistribuição de riqueza, e protecção dos mais desfavorecidos. Um Estado que não seja tentacular, paternalista e omnipresente consumindo um nível elevado de recursos do país numa lógica de despesas e desperdício sem contra-partidas contribuindo para empobrecer o país como acontece actualmente.

Como bem sintetizou também, Francisco Sá Carneiro, ao cidadão o Estado deve dar mais em troca do que lhe pede, ou pedir menos do que aquilo que está em condições de reciprocamente lhe dar. A política também só é uma actividade nobre se for desenvolvida reconhecendo que uma vida digna e a realização pessoal não dependem apenas da iniciativa e da aptidão de cada um. Uma sociedade justa implica a promoção de igualdade de oportunidades criando condições para uma efectiva mobilidade social. Essa é uma responsabilidade central do Estado. A política também só é uma actividade nobre se for desenvolvida no respeito absoluto da liberdade e dos valores do Estado de Direito. Estes valores são inegociáveis.

No nosso tempo, por exemplo, a liberdade de expressão e informação é uma questão decisiva a que não podemos deixar de estar atentos. São sistemáticas as tentativas de limitar a liberdade de informação, resultantes de decisões de entidades reguladora da política de propaganda do governo ou da promoção também pelo governo do controlo económico dos órgãos de informação por grupos que lhe poderão garantir uma comunicação favorável. A política só é uma actividade nobre se for desenvolvida com uma perspectiva de sustentabilidade em todas as decisões tem de se ter em conta o presente e o futuro. Não apenas em termos de ambiente e território como se costuma dizer, mas também no que diz respeito, por exemplo, aos encargos em termos de dívida externa, dívida pública e responsabilidades de segurança social que de forma irresponsável são deixados como herança para as novas gerações. A política também só é uma actividade nobre se tiver como referência absoluta a verdade e a ética.

Quem entra na política, quem ocupa ou vai ocupar cargos políticos deve estar acima de qualquer suspeita. Esta é uma responsabilidade pessoal, em que a iniciativa deve ser do próprio sob pena de se contribuir para a descredibilização das instituições democráticas. A politica exige também um elevado sentido ético em particular tem que ser absolutamente intransigente com a corrupção. Nenhum interesse se pode sobrepor em nenhumas circunstâncias ao interesse público. A política deve ser exercida com verdade, transparência e sentido de compromisso evitando o populismo e a desinformação que podem dar resultados a curto prazo, rapidamente são objecto da reprovação dos nossos concidadãos cuja intuição e bom senso são elevados. A política também só é uma actividade nobre se for desenvolvida com o inconformismo. Quem quer um futuro melhor para Portugal, quem acredita que podemos ser um país de cidadãos felizes e de oportunidades não se pode resignar. Não aceitamos como inevitável o limitado crescimento económico que Portugal tem vindo a conhecer desde 2001, há quase uma década, parecendo ser uma sociedade fatalmente destinada a empobrecer face aos restantes países da União Europeia. Não nos podemos resignar perante mais dos 500 mil desempregados que são resultado dramático, não apenas da crise internacional, mas sobretudo de uma economia que tem uma competitividade internacional limitada que ao longo desta legislatura ainda se reduziu mais merecendo especial atenção, como aqui foi referido, o desemprego dos jovens com menos de 24 anos que é hoje de 18,7%, ou seja, atinge 1 em cada 5 jovens. Não nos podemos conformar com o crescente endividamento externo que ano após ano desde 1996 tem vindo a aumentar fazendo hoje com que a dívida externa ascenda a mais de 100% do produto nacional, sendo o principal indicador da necessidade de evoluirmos em termos de modelo económico e social. Tenha-se em conta que a resultar de uma política económica desastrosa ao longo desta legislatura, apesar de o nosso pais ter tido um crescimento medíocre de produto, sempre inferior à União Europeia o endividamento externo aumentou quase 70.000 milhões de euros. Tendo passado de 64% do PIB para, como eu dizia há pouco, para 100% em 2008. Não se pode viver sempre do futuro, se não tomarmos nós as decisões correctas os nossos credores irão obrigar-nos a tomá-las. Não podemos aceitar que o país tenha 2 milhões de pobres e que em particular 21% dos jovens com menos de dezassete anos vivam abaixo do limiar de pobreza. Não nos podemos resignar perante a situação da educação, com uma população com mais de 25 anos em que só 31% completaram o ensino secundário e em que 57%, repito, 57% têm como escolaridade máxima o ensino primário, a educação deveria ser um desígnio nacional. São inaceitáveis os limitados progressos que os indicadores que sintetizam a nossa situação têm conhecido em particular no que diz respeito ao ensino básico e secundário. Não podemos continuar a aceitar que apenas pouco mais de 50% dos jovens terminem o ensino secundário e que o abando escolar atinja mais de 33% dos estudantes. Poderíamos apresentar outros indicadores mas as realidades mencionadas são suficientes para retratar um país que não é seguramente o que gostaríamos que fosse. É a possibilidade para contribuir para mudar esta realidade que deve ser a nossa motivação. Foi nesse sentido que fizemos referência ao bem comum. Vale a pena ter ambição, vale a pena lutar e acreditar que Portugal possa ser um país de cidadãos felizes, como eu dizia há pouco, e um país de oportunidades. Por isso pensamos que é tempo de um novo tempo. Que é tempo de Portugal de novas políticas. Para responder às realidades apresentadas acreditamos que a actual maioria já não merece a confiança dos portugueses que não lhe querem dar uma segunda oportunidade. Os portugueses estão pessimistas, muitos estão resignados ao fatalismo de sermos uma sociedade bloqueada e medíocre, têm o sentimento de que sempre fomos assim, há consciência das dificuldades que vamos ter de viver e uma profunda descrença na possibilidade de mudar o país. Em muitos casos, não se acredita num futuro construído por nós próprios; a preocupação é aguentar o melhor possível, ter esperança que a economia europeia recupere, e que Portugal seja arrastado por essa recuperação. Isto é uma realidade mas também é verdade que mesmo os mais pessimistas querem voltar a acreditar, voltar a ter esperança sentir orgulho num país que apesar das dificuldades decide o seu destino e é capaz de vencer. Apesar do desânimo e do desencanto há também um profundo inconformismo com a situação do país e um sentimento de que é possível mudar. Há uma vontade de mudar. Esta realidade implica um enorme desafio e responsabilidade para os que defendem uma nova política para Portugal. Como Carlos Coelho aqui disse, esta Universidade de Verão decorre num período político fortemente motivante em que se confrontam duas visões de um país completamente diferentes. Eu espero que as várias conferências ao longo da semana permitam consolidar a vossa percepção da identidade do PSD e contribuir para que possam participar activamente neste debate. As opções ideológicas actuais são claras sendo fundamental reafirmarmos as nossas diferenças em relação ao pensamento socialista. Desde logo há diferenças relativamente à visão do Estado e da sociedade civil. Ao contrário do PS, o PSD valoriza e tem como ambição reforçar a sociedade civil na vida económica e social. Acreditamos nas pessoas, na sua liberdade para construírem com autonomia o seu destino. Mais do que no Estado acreditamos na iniciativa e capacidade dos cidadãos e das empresas para garantir o nosso futuro. A escolha é simples, pode-se querer um país em que prevalece um Estado que apesar de ineficiente, falhando em áreas fundamentais da sua intervenção, como é o caso da justiça, absorve 50% dos nossos recursos, tem uma influência generalizada na vida económica e social e obriga-nos a pagar 24% mais de impostos face ao nosso nível de vida do que a média comunitária; ou queremos um país em que prevalece uma sociedade civil dinâmica, em que se valorizam as empresas, em particular as pequenas e médias empresas, a iniciativa, o risco e o mérito individual; isto é, em que a liberdade e a responsabilidade dos cidadãos é um valor fundamental. Uma segunda área de clivagem ao igualitarismo do PS, o PSD contrapõe a igualdade de oportunidades e a mobilidade social. A pobreza infantil, o abandono escolar, o primeiro emprego dos jovens são barreiras que limitam significativamente a igualdade de oportunidades em Portugal. Reproduzindo ao longo do tempo as profundas desigualdades sociais que marcam o país. Para o PSD a sociedade rígida de hoje, tem de evoluir para uma sociedade dinâmica que dê oportunidades reais a todos os jovens. Ao valor dado pelo PS ao assistencialismo do Estado e ao aumento dos impostos sobre a classe média como forma de promover a justiça e a solidariedade social, o PSD contrapõe a necessidade de dar prioridade à criação de riqueza e ao emprego. Valorizamos naturalmente as políticas públicas que reduzem as desigualdades e que promovem a protecção social dos mais desfavorecidos. Mas para nós é claro que só se pode redistribuir a riqueza criada sob pena de se endividar o país e de aumentar a pobreza e o desemprego como tem acontecido nos últimos anos. Na política económica as diferenças são também marcantes entre os dois partidos, para consolidar as contas públicas o PS acredita nos aumentos dos impostos, o PSD acredita na redução da despesa e na maior eficiência do estado.

Para promover o emprego que é uma prioridade absoluta para o PSD, o PS acredita nas grandes empresas e nos grandes grupos económicos que foram o centro da sua atenção ao longo da legislatura e nos grandes projectos de investimento públicos, o TGV, a terceira ponte, o aeroporto e as auto-estradas.

O PSD acredita numa política transversal, igual para todas as empresas, que tenha como eixo central as pequenas e médias empresas e ainda nos investimentos públicos de proximidade como a requalificação urbana, a valorização dos equipamentos sociais, a habitação social e para jovens e a recuperação do património histórico. Investimentos espalhados pelo território de que beneficiam essencialmente as empresas portuguesas e a produção nacional com possibilidade de promover o emprego de imediato e que não aumentam o endividamento externo. A este respeito refira-se o paradoxo dos actuais tempos políticos que é a aliança entre o PS e os grande grupos económicos que não se inibem sem qualquer pudor de intervir activamente a apoiar o PS e em particular as políticas de investimento público de que beneficiam. Ironias da vida, este primeiro-ministro que é socialista tem medo de sair à rua e de andar junto ao povo tem o apoio entusiasmado e público de alguns banqueiros e empresários. Às propostas fracturantes do PS e à tentativa de nos fazer evoluir legalmente em termos de costumes a reboque do bloco de esquerda, nomeadamente em áreas em quais os próprios militantes socialistas não se sentem confortáveis, o PSD contrapõe a valorização da família. É fundamental em particular que Portugal passe a ter uma política de natalidade, a qual tem caído drasticamente. Em 2007 a natalidade foi pela primeira vez mais baixa no nosso país que a mortalidade. Nasceram 102 mil crianças, em 1980 nasceram 160 mil é mais importante para o futuro do país falar da natalidade ou falar de propostas fracturantes.

Outro domínio que separa os dois partidos é a visão de equidade e justiça entre gerações. As decisões políticas têm de ser analisadas como dissemos há pouco numa perspectiva de sustentabilidade, isto é, tendo em conta o seu impacto a médio e longo prazo. O caso dos investimentos públicos em auto-estradas, TGV e aeroporto é paradigmático. Será razoável deixar um encargo de cerca de 15 mil milhões de euros até 2039 resultante das novas auto-estradas? Será razoável que uma parte importante dos impostos que vocês vão pagar nos primeiros dez anos de vossa vida profissional seja para pagar auto-estradas que todos os especialistas consideram inúteis?

Mas a nossa perspectiva não é diferente apenas relativamente aos investimentos públicos, pensamos que é necessária uma nova perspectiva de contrato inter-gerações no nosso país. Será justo como aqui disse o ano passado que vos entreguem um País que não soube preparar em tempo educacionais as futuras gerações, que não soube adaptar a economia aos tempos actuais e que ano após ano empobrece em termos lectivos? Um País que não tem coragem para repensar as funções do Estado, que não é exigente em termos de ordenamento destruindo sistematicamente o património ambiental. Um país que não é rigoroso na avaliação dos investimentos de infra-estruturas e que não se preocupa com a sua execução, deixa um peso insuportável de financiamento a pagar no futuro. Há um outro aspecto fundamental que distingue os dois partidos, o PSD considera que nas políticas públicas se deve ter uma visão global do país. O PSD considera necessária uma nova visão da coesão económica e social regional. É necessária uma política de desenvolvimento regional, é fundamental valorizar a agricultura. Acreditamos que é possível não ser economicista nas políticas de saúde e de educação para o interior. Não é aceitável secundarizar as pessoas que não vivem no litoral o pais tem na nossa opinião um dever de solidariedade para com o interior. Não se pode abandonar como fez o PS ao longo desta legislatura dois terços do país. Temos também em relação ao PS uma visão diferente da nação portuguesa, para nós são portugueses os 10 milhões que vivem aqui e os 5 milhões de emigrantes, todos nos merecem igual respeito. A emigração, traço marcante da nossa identidade sendo entre nós unânime a importância dessas comunidades e a vontade de manter com elas relações estreitas em todos os domínios. Este governo não teve uma política de emigração, perguntem aos próprios emigrantes, a única decisão relevante que o Presidente da República em boa hora conseguiu parar foi a tentativa de dificultar os votos dos emigrantes impedindo que votassem por correspondência, como tem acontecido desde 1976. Esta atitude de hostilidade que só contribuiria a prazo para afastar os emigrantes do País é um excelente exemplo da visão que o PS tem destes portugueses e da Nação portuguesa.

Em termos simples e resumidos, o que contrapomos ao governos socialista que centrou a sua intervenção em grandes projectos, nas grandes empresas e nos grandes investimentos é um governos que centra a suas actividades nos asseios e dificuldades das pessoas, nas pequenas e médias empresas e na vida real do país, um governo que dê prioridade absoluta à promoção do emprego, um governos com uma visão nacional e não apenas um governo do litoral, um governo que não utilize a intimidação para se afirmar e que não viva em conflito sistemático com largos segmentos da população. Um governo que à obsessão pela propaganda contraponha uma prática constante de verdade.

Acreditamos que o futuro de Portugal tem de ser construído com novas políticas e com uma nova forma de estar na política, temos de debater, discutir, mostrar de forma empenhada que as opções que propomos são as correctas para criar prosperidade e felicidade no Portugal da próxima década. O debate de ideias só nos pode favorecer para mostrar que é possível mudar, para mostrar que somos uma alternativa sólida de governo.

A terminar queria deixar-vos uma palavra sobre a actividade do Instituto Sá Carneiro, em particular sobre o nosso site que é hoje inequivocamente uma das principais plataformas de debate político em Portugal. Temos vindo a promover o debate e a reflexão política numa lógica nova, aberta, participativa e em rede. Convidamos todos os que quiseram contribuir para uma dinâmica de mudança a associarem-se. Tanto quanto as propostas apresentadas valorizamos o debate, valorizamos a análise e a reflexão que permitiram a sua construção. O instituto Francisco Sá Carneiro tem sido um fórum livre, promotor da liberdade de pensamento, participado por pessoas livres, contrastando profundamente com a lógica de comando e controlo protagonizada pelo Partido Socialista e pelos actuais governantes que de formas sistemática têm procurado impor um pensamento único.

Convido-vos a visitar o site do Instituto, em particular um espaço a que chamamos Portugal 20/20 em que lhes apresentamos os documentos resultantes das reflexões programáticas e ideológicas. Convido-vos também a visitar e a participar no blogue Novas Políticas lançado pelo Instituto para debater temas da actualidade política até às próximas eleições.

Desejo-vos uma boa semana de trabalho. Muito obrigado.”

(Apalusos)

 
Duarte Marques

“Muito bem. Boa tarde a todos, bem-vindos à Universidade de Verão. Venho aqui apresentar –vos os vossos Conselheiros. Explicar-vos o que é o conselheiro. Cada grupo terá sensivelmente entre 9 a 10 pessoas. Cada grupo terá um Conselheiro. Nós temos 5 conselheiros, cada um com 2 grupos. E o Conselheiro, no fundo, é o vosso amigo, a pessoa que estará sempre presente perto do vosso grupo. É o responsável pela ligação entre vocês e a organização, é a pessoa que está lá para vos ajudar, para vos aconselhar, para ajudar a diminuir algum problema que haja no grupo, para vos dar informações e esclarecer as vossas dúvidas. Não está lá para fazer o vosso trabalho, de todo, não é isso que se pretende. Está lá para vos encaminhar e para vos tentar ajudar a terem um melhor desempenho, isto tudo para que se sintam bem e consigam sair desta Universidade de Verão melhores, pessoas mais capazes, mais preparados para trabalhar lá fora e sobretudo trabalhar em grupo, que é aquilo que se pretende aqui. Eu gostava de chamar o Jorge Varela, que será o conselheiro do grupo azul e do grupo laranja. E que irá receber das mãos do Dr. Matos Rosa, secretário-geral adjunto do PSD, o respectivo estandarte. E o que é este estandarte? Este estandarte é o vosso estandarte, o estandarte do vosso grupo. Onde vocês estiverem este estandarte está lá. Onde vocês jantarem este estandarte estará lá, por isso hoje quando subirem ao primeiro andar para jantar cada grupo dirigir-se-á para a mesa que tiver a cor, o estandarte da sua cor. Será no fundo o vosso filho nesta universidade. De seguida chamava a Joana Lopes que será a Conselheira do grupo encarnado e do grupo rosa. O Nuno Matias que será o Conselheiro do grupo castanho e do grupo roxo. Elisabete Oliveira que será a Conselheira do grupo amarelo e do grupo verde. E por fim, o Paulo Pinheiro que será o Conselheiro do grupo bege e do grupo cinzento. Vocês já conhecem.

Gostava de vos dizer que os Conselheiros da Universidade de Verão, os 5 conselheiros da Universidade de Verão são ex-alunos das Universidades de Verão. O Jorge Varela é de 2006, a Joana e o Nuno Matias. A Elisabete Oliveira e o Paulo Pinheiro do ano passado. Ou seja, a Universidade de Verão reconhece e integra na sua organização, os ex-alunos que sentem esta mística e que podem melhor do que qualquer um transmitir para o ano seguinte, aquilo que foi do ano anterior e melhorar e fazer-vos evoluir. Eles estão cá e estão cá para ajudar, são os vossos amigos desta Universidade de Verão.

Uma Boa Universidade de Verão e passamos ao jantar, penso que já estará quase na hora de ser servido. Muito obrigado.

Jantamos às oito.”

(Aplausos)