O encontro prometia:  Marques Mendes saiu da política activa há dois anos. Aproveitou este  tempo para escrever um livro com propostas para o país – “Mudar de Vida” – e tem feito algumas intervenções esporádicas, sempre guiado pela mesma batuta: credibilização e moralização da política.
O Director da UV dá o  tiro de partida: "o que de concreto se pode fazer para melhorar a  qualidade da democracia portuguesa?" Marques Mendes não se acanhou,  elencando e desenvolvendo aquilo a que ele chama os cinco pecados  capitais que conduzem ao descrédito da actividade política: falta de  solidariedade; falta de liberdade de escolha; crise da justiça;  incongruências do sistema político; falta de ética na vida política.
“Não são precisas  leis para mudar tudo isto”, disse o orador desta noite. “Nós temos a  obrigação de sermos diferentes e de ter a coragem de sermos  diferentes”. Na sua opinião, o problema não é falta de causas no nosso  país, “o problema é falta de vontade política”. 
Seguiu-se a fase de  perguntas dos grupos, que se centraram em temas inevitavelmente  associados ao seu percurso político: mérito e verdade na política,  reformas estruturais, combate ao clientelismo, à cunha e ao tráfico de  interesses, hipocrisia dos políticos, entendimentos entre os dois  partidos com vocação de governo. Uma noite que decorreu em ambiente  familiar, como se prevê quando se conta com a presença de um antigo  líder do partido.