A última vez que Rui Rio veio à UV estávamos no   ano de 2005, que tal como este também era eleitoral. Então, dirigiu-se à   academia fazendo o balanço do seu primeiro mandato como autarca, de todos os   obsctáculos que teve de ultrapassar, desde o início da sua campanha. No mesmo   tom de testemunho, o Presidente da CMP começa por apelar à seriedade na   campanha: "devemos saber as competências que uma câmara tem antes de estabelecer   prioridades de trabalho".
"A questão social é a mais urgente no Porto, e   esta deve ser a primeira das prioridades", diz-nos o nosso orador, reforçando a   situação excepcional no Porto em que a Câmara é proprietária de 20% da habitação   da cidade. "De 2001 a 2009 investimos 130 milhões de euros em habitação social,   que teriam outra visibilidade se investisse de forma mais mediática",   acrescentando ainda que "no Porto não há aquela coisa do toma lá o dinheiro e   chama a comunicação social". Não podia deixar de salientar a inacção do   estado central, dizendo que "não foi, seguramente, o serviço social português   que me ajudou".
Rui Rio centra a sua atenção no trabalho no   Porto, usando como exemplo de trabalho de um autarca sem receios de polémicas.   "Não vou para a afronta por prazer, vou para a afronta quando alguns interesses   instalados pisam a linha. E eu não cedo". O exemplo do Rivoli não podia ficar de   fora: "estava às moscas e dava três milhões de prejuízo por ano. Passámos a ter   o Rivoli cheio e um défice de 500 mil euros: pagamos a manutenção e recebemos 5%   da receita. Poupámos, nos últimos dois anos, dois milhões e meio de euros à CMP.   Mas eles é que são bons e são de esquerda, e nós é que somos maus e de direita".   "Não ando aqui para agradar a ninguém, mas para fazer o melhor para a cidade. A   minha especialidade não é ganhar sondagens, é ganhar eleições."
Conclui recordando os seus tempos de "jota" com   Carlos Coelho, realçando como desde sempre este se dedicou à area da formação.   Deixamo-vos estas duas últimas reflexões: "Não estamos a fazer nada na política   se não seguirmos os princípios que guiam a nossa acção, seja no governo, seja na   mais pequena autarquia"; "se nós, todos nós, tivermos isso [combate às   assimetrias regionais] como deliberação genuína, talvez consigamos reequilibrar   o país."