Foi com comentário político que Marcelo Rebelo de   Sousa começou a aula. Em três breves notas, dissecou os principais factos   políticos no último mês: a polémica das listas ("um mês depois de encerradas as   listas, é uma questão que não merece que se regresse a ela") ; as escutas em   Belém ("o Presidente da República, em duas palavras, disse isto: não me misturem   nas lutas pré eleitorais; não se brinque com coisas sérias"); o programa do PSD   ("é inteligente e eficaz! Por três razões: tem como prioridades as preocupações   que arreliam os portugueses; nas políticas concretas vai de encontro às   aspirações de uma série de sectores; é um programa para duas eleições, e não   para uma").
De seguida, atira-se ao tema da nossa aula: "Há   na Europa um espaço para a social-democracia, mas uma social-democracia baseada   em valores,baseada em princípios (...) e o primeiro desses princípios é a   dignidade da vida humana". Para reforçar a sua visão, recorre à Encíclica   "Caridade na Verdade", que é "muito avançada e radical em termos económicos,   sociais e de visão do mundo." Há que considerar a pessoa como "um fim em si   mesmo".
Seguindo a linha da preocupação social, Marcelo   Rebelo de Sousa afirma que "um social-democrata tem de ter uma especial atenção   à inclusão social. Sem inclusão social os direitos são teóricos. (...) Um social   democrata não pode ser indiferente à importância dos direitos económicos,   sociais e culturais."
Indo à fundação do Partido, o Professor admite   que "a social democracia em Portugal nasceu de uma forma diferente, mas que tem   a mesma matriz: personalista." "O PSD tem o mérito de dar rosto à   social-democracia em Portugal".
Sobre o futuro, Marcelo Rebelo de Sousa diz que   "se pudesse escolher dois desafios, um seria a educação e formação e outro a   Lusofonia". "O desafio dos jovens social democratas é serem os primeiros: uma   juventude partidária está vocacionada, essencialmente, para a idade escolar. Uma   juventude tem de dar eco a pessoas cada vez mais importantes que estão no mundo   laboral, que estão nas redes sociais."  "Os partidos em Portugal estão perante o   perigo do esvaziamento do debate de ideias (...) temos de evitar o eleitoralismo   e a gestão do poder pela gestão do poder".
"O partido precisa de mudar, mais gente, mais   ideias, mais actividade, mais intervenção". Este é o ónus dos jovens   social-democratas.