O que podemos nós, jovens, fazer para incenticar o interesse das camadas mais jovens para com a política? Será que este desinteresse geral e nacional dos jovens pela mudançaéculpa do nosso governo?
Verdadeiramente o desinteresse dos jovens pela politica deve-se à ausência de soluções para os seus problemas. Os sucessivos governos tem prometido e não tem cumprido. Ora, os jovens sentem uma enorme inutilidade na sua participação politica ao constatarem que as politicas desenvolvidas não tem impacto na melhoria das suas condições de vida. Acresce que não se identificam com o discurso e com as prioridades que os politicos ciclicamente tem elegido como suas. Ou seja, não são os jovens que se tem afastado dos politicos e da politica, mas sim os politicos que se tem afastado dos jovens. Desta forma, podemos contribuir de forma decisiva para que os jovens se interessem pela politica, aproximando-nos deles. Das suas prioridades, dos seus interesses, das suas posturas e das suas atitudes.
Ao longo das 7 edições da Universidade de Verão, tiveste a oportunidade de conhecer vários Jovens Social-Democratas, quer enquanto participante, quer enquanto Staff. Conhecendo ambas realidades, a de trabalho e a de avaliação, gostaria de perguntar: O que esperas desta geração de Jotas?
Tenho uma enormissima esperança nesta geração. Esta é a mais qualificada e informada geração de sempre. Uma geração que não depende de intermediários para intervir politicamente. Uma geração que tem ao seu dispor a possibilidade de fazer opinião e dizer aquilo que pensa e sente em cada momento da sua vida. É a geração que não conhece fronteiras e não conhece limites. Por isso, espero que esta geração assuma as suas responsabilidades e encare os problemas do país e os enfrente de acordo com paradigmas diferentes do aqueles que tem orientado a intervenção das gerações anteriores e que não tem trazido sucesso ao nosso país...
Numa altura de pré-campanha e em que se espera a eleição de um número considerável de deputados da JSD À Assembleia da República, perguntava-lhe qual a mais valia de uma "bancada parlamentar" da JSD e quais os principais temas pelos quais lutarão?
Sou por princípio contra qualquer tipo de quotas. Nunca defendi, nem posso defender enquanto Presidente da JSD que tenhamos de ter um x número de lugares apenas porque sim. Isto é próprio da velha política que temos tentado inverter. Acredito que a inclusão de jovens de grande qualidade fará com que a juventude portuguesa seja fielmente representada, o que não tem acontecido com os 9 deputados da JS que orientam o seu sentido de voto em função da indicação do partido. Educação, a Habitação e o Emprego serão três áreas prioritárias pelas quais nos bateremos na Assembleia República.
Qual o principal objectivo que ainda não conseguiste concretizar como Presidente da JSD?
Sou por natureza um espírto insatisfeito e inconformado. Por isso nunca estou satisfeito com o trabalho desenvolvido. O grande desafio que temos pela frente neste momento é a afirmação da JSD como uma estrutura parlamentar. Há 4 anos e meio que a JSD não tem tido um Grupo Parlamentar. Tivemos durante curtos períodos dois deputados, a Ana Zita Gomes e o André Almeida, que realizaram um notavel trabalho. Todavia, na próxima legislatura temos o desafio de afirmar a JSD como uma estrutura politica porta voz da juventude portuguesa no parlamento nacional. Esse é actualmente o nosso grande desafio.
Tendo em conta o actual papel da JSD dentro do partido, qual é na sua opinião a área em que a JSD pode aumentar a sua participação?
Sou da opinião que o espaço da JSD, quer no PSD, quer na sociedade portuguesa, não depende de quotas ou do estabelecimento de mecanismos de natureza formal, mas sim da sua capacidade de se afirmar como uma força de mudança da sociedade portuguesa. Por isso, aumentar a nossa participação no partido depende sempre da nossa capacidade de melhorarmos a qualidade da nossa intervenção e de sermos uma mais valia para o partido. Assim, devemos sempre trabalhar no sentido de sermos a voz da juventude dentro do partido e não a voz do partido junto da juventude.
Gostaria de saber qual a posição do Presidente da JSD sobre a "subsidiodependência" em que o país está mergulhado? (exemplo: subsídio de inserção social). Como poderemos resolver o défice de natalidade em Portugal?
Por razões de natureza ideologica sou contra a subsidiodependencia. Todavia, não podemos confundir essa realidade com apoio a situações sociais de emergência. Considero, contudo, que as situações de apoio social não devem ser permanentes. Ou seja, devem por natureza cingir-se a períodos determinados e claramente necessários e não perpetuar-se incentivando situações de laxismo e de facilitismo. No que diz respeito ao problema da natalidade, julgo que não se enfrenta a questão apenas com apoios directos aos pais. Os jovens casais tem de sentir que tem condições para constituirem familia. Para tal, tem de ter emprego, habitação. Ou seja, o problema da natalidade é um problema verdadeiramente estrutural encerra implicações de vária ordem.
O que pensa do decréscimo da taxa de reprovações no ensino secundário, do actual grau de exigência e das consequências que isso terá para o futuro do País?
Os números apresentados pomposamente pelo Ministério da Educação esta semana revelam bem o objectivo traçado por este Executivo para a Educação nos últimos 4 anos: números e estatísticas. Nada mais. Se estes números se conseguem à custa de um Estatuto do Aluno que desconsidera a assiduidade como critério fundamental para a transição de ano, não importa, desde que para a comunicação social transpareça que estamos mais próximos dos índices europeus. Estamos cada vez mais longe do rigor e da exigência que se exigem lá fora, sendo o laxismo e a falta de exigência marcas da Governação do Partido Socialista. Para nós o relevante em matéria de educação é garantir a qualidade, a exigência e o mérito, pois só assim se garante que os jovens se encontrarão em condições de se realizarem profissionalmente.
Como pensas articular o futuro "grupo parlamentar da JSD" com a estrutura política, em matéria de propostas e iniciativas legislativas que a JSD venha a produzir?
Os deputados da JSD que forem eleitos vão assinar um contrato eleitoral com a juventude portuguesa. Consideramos que é determinante assumir compromissos sérios, precisos e concretos com os jovens portugueses. Acreditamos numa geração de politicos que está próximo jovens, que tem como propósito assumirem-se como porta-vozes da juventude portuguesa. Acreditamos numa geração de politicos que assume como suas prioridades as reais preocupações dos jovens portugueses. Acreditamos numa geração de politicos que exerce a sua acção com transparência, rigor e exigência. Assim, a acção dos deputados da JSD poderá ser acompanhada numa Plataforma on-line, ((www.novoportugal.eu) na qual os jovens portugueses, poderão não só fiscalizar a sua actividade, como também participar na construção das propostas politicas do Grupo Parlamentar.
Um jovem deve olhar para o PSD, hoje, como partido para governar Portugal porquê?
O PSD é o único partido que pode ser, neste momento, governo em Portugal, defendendo os interesses da juventude portuguesa. Nos últimos 4 anos e meio o PS retirou toda a esperança aos jovens portugueses. Foi assim no emprego, na habitação, na educação. Só com o PSD poderemos novamente aspirar a ter politicas de juventude modernas que reposicionem os jovens como uma prioridade central do executivo.
Antes de sermos da JSD, somos jovens das nossas terras e aí temos de dar o exemplo político e moral, na sociedade que nos formou e da qual temos orgulho em fazer parte. O que pode fazer um jovem do século XXI pela sua terra e o que pode fazer a JSD pela Juventude Local?
O nosso primeiro compromisso é sempre com o nosso país e com a juventude portuguesa. Mais importante do que a JSD ou o PSD, para nós, é a defesa dos interesses, dos anseios e das ambições da juventude portuguesa. Ora, o primeiro momento de afirmação desse principio é obviamente junto dos órgãos autárquicos. O trabalho nas assembleias de freguesia, nas assembleias municipais, ou nos executivos é extremamente nobre e é o primeiro momento de defesa dos jovens. Defendo por isso que os jovens que sentem apetência pelo serviço público devem empenhar-se no exercício de mandatos autárquicos. O exercício desses mandatos deve ser sempre orientado para a definição de politicas orientadas para a juventude. promovendo condições para que estes se fixem nas suas terras. Que possam aceder a bens culturais e desportivos. Que possam aceder a habitação própria.
Tendo em conta que a juventude socialista decidiu marcar, para o mesmo período da UV2009, uma série de iniciativas lúdicas, consideras que estão uma vez mais a tentar distrair a juventude portuguesa dos verdadeiros problemas do país?
O facto da Juventude Socialista ter marcado uma mega-festa no fim-de-semana em que decorre a Universidade de Verão e a rentrée do PSD revela uma das grandes diferenças entre a JS e a JSD. Para além de sermos diferentes na autonomia e na defesa dos interesses dos jovens portugueses, questões desde sempre enraizadas na JSD, a formação política regular e de qualidade é uma das nossas marcas. Aliás, a política espectáculo não é exclusiva do Eng. Sócrates, a JS tem tido quase como única bandeira o casamento entre homossexuais, mas depois quando foi apresentado um projecto-lei para o legalizar os deputados da JS votaram contra. Independentemente da opinião ou orientação do partido, a JSD nunca deixou de estar ao lado dos jovens portugueses, sobretudo nas matérias mais importantes, o que não era manifestamente o caso. Dessa forma, não nos surpreende que a JS queira tentar fazer sombra à Universidade de Verão da JSD, enquanto isso há 100 jovens que recebem formação de qualidade e discutem o futuro do país. Enquanto a JSD organiza a Universidade de Verão a JS continua a fazer aquilo que o Eng. Sócrates fez nos últimos anos: a dar música aos jovens portugueses.
Qual o fio condutor para um jovem que pretende iniciar a carreira politica???
obrigado...
O determinante é convicção e espirito de missão. É fundamental perceber que a actividade politica não é uma carreira no sentido próprio, mas um serviço que em dado momento desempenhamos. Por isso, é importante que desenvolvam as vossas formações e carreiras profissionais e se encontrem em condições de autonomia e independencia, de desenvolver a vossa actividade politica.
Já ultrapássamos os 500 mil desempregados, o que pensar sobre esta temática? Não seria melhor reformular ou repensar esta política? Inovar seria propor medidas estimuladoras para o pequeno e médio empresário, ou para o jovem desempregado criar o seu próprio negócio!!!
O desemprego é actualmente o mais grave dos problemas que afecta a juventude portuguesa. Mas ao contrário do que entende o PS não é o Estado que tem de criar emprego de modo a combater a taxa de desemprego. Ao Estado cabe criar condições para que os privados, as empresas, os individuos criem empregos. Concordo, por isso, contigo! O Estado deve criar medidas que estimulem o empreendedorismo e a criação de emprego. Todavia, é ainda fundamental apostar na qualificação e formação dos nossos jovens para que a economia possa ter ao seu dispor mão de obra qualificada. Mas por outro lado, a rede do ensino superior, (a oferta das universidades), tem necessariamente de se ajustar às necessidades da economia real (procura). Porque de nada vale o país ter mão de obra qualificada caso se verifique um desajustamanento entre a oferta e a procura, na medida em que potenciará desemprego.
Está em crescendo um novo tipo de pobreza: a pobreza envergonhada. Muitos destes novos pobres são jovens, licenciados, que se encontram no desemprego ou a auferirem salários muito abaixo do esperado (e aceitável!). Que medidas poderão ser criadas para combater este flagelo social que afecta juventude?
O desemprego de jovens licenciados é hoje um dos problemas que mais preocupa os jovens portugueses... Temos hoje a taxa de desemprego jovem mais alta da Europa. Há mais de 600.000 jovens no desemprego o que representa cerca de 18,7% de desemprego que significa mais do dobro da taxa de desemprego global. Acreditamos que o desemprego se combate não através do emprego público, mas sim através da criação de estimulos ao empreendedorismo. Por outro lado, é determinante que se proceda à adequação da rede de ensino superior às reais necessidades do mercado de trabalho. A desadequação da oferta (cursos de ensino superior) à procura (necessidades da empresa), causa imediata e directamente desemprego.
Li a revista de imprensa, e reparei no artigo relativo à "Hipocrisia polítca do PS". O que lhe questiono é qual a posição da JSD e do seu líder, neste caso, o Pedro, em relação à adopção de crianças por casais homossexuais?
Esta é mais uma questão em que o PS revela uma grande hipocrisia politica. Sem que tenta que tenha havido um verdadeiro debate sobre a adopção de casais de homossexuais, o PS prevê a aprovação dessa matéria através aprovação do casamento entre homossexuais. Como já tive ocasião de defender publicamente e conta na Moção de Estratégia Global aprovada no último Congresso, sou favorável a uma união civil registada, em que há uma equiparação de deveres e direitos entre casais heterossexuais e os casais homossexuais. Mas, a tutela parental acarreta outro tipo de preocupações e carece de um debate profundo na sociedade portuguesa. Aliás, a sociedade parece ainda não estar preparada para essa nova realidade. Mas, mais uma vez, o PS, desta feita através da JS, tenta a todo custo fugir ao debate com promessas eleitoralistas.
Como é que se garante o "elevado sentido ético" que é necessário para garantir a credibilização da política em Portugal?
Essa é hoje uma questão central para a credibilização do sistema politico português. Os jovens não se revêem nos políticos e nas politicas, porque neles deixaram de acreditar. Julgo que o "elevado sentido ético" se garante, por um lado, através da renovação dos actores politicos, e por outro lado, através da imposição de regras de exigência, de rigor e de transparência na actividade politica.
Sou da Guarda e sinto uma enorme dificuldade em filiar jovens, não se mostram interessados em política talvez porque nem sempre os representantes locais são um bom exemplo. Gostaria de saber qual é na tua opinião a maneira mais prática de inverter este panorama que defini em cima?
Em primeiro lugar, deixa-me que te diga que é um problema que não afecta exclusivamente a Guarda, afecta antes todo o país. E, como tenho dito, não creio que sejam os jovens a estar afastados da política, a política e os políticos é que estão afastados da juventude, e dos seus reais problemas e preocupações. Os jovens continuam a mobilizar-se nas associações juvenis, tal como nas causas em que acreditam. E, como bem referes, os maus exemplos que também existem na classe política tem repercussões graves na credibilidade e na imagem dos agentes políticos. Há um conjunto de iniciativas e de mecanismos que podem potenciar a aproximação e a motivação dos jovens à nossa estrutura. Iniciamos recentemente um programa, que disponibilizamos às secções, para especialmente cativar os jovens menores de 18 anos. Trata-se de uma iniciativa em que a JSD vai às escolas, de forma completamente desinteressada explicar o que é a Política e desmistificar o conceito da palavra cujo sentido tem sido deturpado e transformado em algo muito negativo. Através de exemplos relacionados com a sua associação de estudantes e decisões que têm de ser tomadas como, de que forma farão a gestão de um subsídio recebido pela associação, mostramos que fazer política é decidir, pensar no bem comum e não nos nossos interesses pessoais e desafiamo-los a participar e a votar sempre, porque a consequência de não votar é deixar que os outros decidam por nós. A JSD pretende que sejam agora as distritais e secções a levar este jogo da cidadania às escolas, daí que seja nossa convicção que esta é uma boa forma de alterar o paradigma actual.
Como é que a JSD luta pela justiça inter-geracional entre a geração dos direitos adquiridos e a dos recibos verdes?
É fundamental distinguir os falsos recibos verdos dos verdadeiros e próprios recibos verdes. Os recibos verdes podem ser, em determinados casos, um instrumento de flexibilização importante. Todavia, quando se afirmam como instrumentos de precarização devem efectivamente ser combatidos. Bater-nos-emos pela denuncia dos falsos recibos verdes, sobretudo na função pública.
Que medidas considera urgentes para contribuir para a emancipação dos jovens portugueses?
Do ponto de vista estrutural há três elementos decisivos que contribuem para a emancipação jovem: a educação, o emprego e a habitação. Sem um sistema de educação competitivo que coloque os jovens portugueses em condições de competir num mundo globalizado, não terão condições de se realizarem do ponto de vista profissional. Ora, sem emprego claramente não será, aos jovens possível adquirem casa própria ou aceder ao mercado de arrendamento. Como tal, considero que o problema chave reside no sistema de educação. Sem educação competitiva, não há emprego. Sem emprego não há habitação. Sem habitação não haverá emancipação. É nessa medida que me parece que a educação deve ser afirmada como a principal prioridade do nosso país nos próximos anos.
Como construir um Portugal mais solidário e competente, apelativo para todos os jovens, em especial para os que só acreditam ter oportunidades de sucesso fora do País?
Do meu ponto de vista, apostando no empreendedorismo e na competitividade da nossa economia, de modo a promover a criação de emprego. Os jovens saem do país porque não encontram soluções em Portugal. Para que não saiam do nosso país temos de construir hipóteses de emprego e de realização para todos eles.
Acredito que os jovens são o futuro. Nós, os participantes da UV somos jovens que procuramos encontrar no Portugal de amanhã, um lugar melhor para nós. Assim, gostaria de saber, as cinco principais politicas / direitos que considera mais importante para assegurar o futuro dos jovens portugueses.
Do meu ponto de vista as 5 prioridades deverão ser afirmadas em torno de (i) liberdade de escolha na educação, (ii) condições de acesso efectivo à habitação (iii) adequação da rede do ensino superior às reais necessidades do mercado de trabalho, (iv) prevenção de comportamentos de risco, (v) acesso universal ao ensino pré-escolar.
Qual foi o principal motivo que te fez entrar para a JSD? Na tua primeira reacção sobre a JSD, quais foram, na tua opinião os pontos fortes e os pontos fracos? Ao longo dos anos o que mudou nesses aspectos?
Desde muito cedo que senti a apetência pelo serviço público e pela causa publica. Comecei a desenvolver o meu percurso em várias associações, quer de estudantes, quer recreativas, e mais tarde sentindo-me identificado com o ideário social democrata decidi filiar-me na JSD. A JSD como qualquer organização tem coisas boas e outras menos boas. Julgo que o fundamental é termos a nossa independencia, a nossa formação, o nosso emprego para lá da politica e com a autonomia devida desenvolvermos a nossa actividade com convicção e de acordo com o nosso padrão de princípios.
Atendendo a que a Lei 78/09 de 13 de Agosto atribui automaticamente a habilitação legal para condução de motociclos até 125 cm3 a quem possuir licença de condução de ciclomotor e possuir mais de 25 anos, pensas estarmos perante uma medida útil de acordo com bons princípios de prevenção rodoviária ou antes uma cedência à tentação eleitoralista de captar o agrado de novos e jovens votantes (em virtude do recensemento eleitoral automático do CC) ?
Confesso que é uma matéria que não domino em profundidade, mas por principio considero que a habilitação legal de condução não deve ser atribuido automaticamente de forma a que se garanta de facto a aptidão dos condutores para a condução de motociclos. Nesse sentido, parece-me que mais uma vez nos encontramos perante uma cedência do governo ao facilitismo e à falta de rigor com intuitos claramente eleitoralistas.
A formação de um jovem médico é dispendiosa para o Estado Português, sendo porventura uma entrave ao aumento do número de vagas. Contudo, os custos subsequentes da frutação e insatisfação profissional dos jovens vocacionados para a área não é um preço demasiado caro a pagar?
Concordo em absoluto! Acresce que dizem os estudos que temos falta de médicos em Portugal, o que deveria conduzir a uma nova abordagem relativamente ao problema das vagas de medicina.
Que medidas considera necessárias para assegurar o verdadeiro Rejuvenescimento da "Classe Política" Portuguesa?
Através da promoção de quadros jovens de qualidade. O rejuveniscimento tem de ser feito de forma sustentada e consistente. Não se pretende trocar os menos jovens pelos mais jovens sem critério. O que se pretende é que jovens de qualidade tenham a possibilidade de assumir funções de responsabilidades. Mas para isso temos de ter jovens formados e preparados para o efeito.
Na tua opinião, como podemos fazer da meritocracia o aspecto mais importante na ascenção política e social? Fazendo com que aqueles que são realmente os melhores se sintam motivados a participar na actividade política...
Através da dignificação da actividade politica e da elevação do debate poderemos aspirar a inspirar e motivar os melhores para a acção politica. A JSD tem também uma enormissima responsabilidade nesse dominio. Quer através do desenvolvimento da nossa actividade, quer através do nosso empenho em motivar e chamar aqueles que são mais representativos dos sectores mais dinâmicos no dominio da juventude. Não podemos fechar-mo-nos dentro de nós próprios. Temos de assumir a preocupação de chamar todos quantos possam afirmar-se como mais valia na nossa actividade: a representação da juventude portuguesa.
Caro Pedro, na sua opinião na nossa luta pela aproximação dos jovens pela política, as novas tecnologias de informação tornam dispensáveis as formas tradicionais de fazer política para os jovens?
Cumprimentos
As novas tecnologias são uma importante ferramenta de comunicação com os jovens às quais devemos dar uma atenção especialissima. Todavia, não olho para elas como exclusivas na comunicação com os jovens portugueses. As ferramentas tradicionais sõa também importantes e mantem um papel determinante na acção politica. Devemos olhar para umas e outras complementares.
Que decisões podem ser tomadas pelas direcções das juventudes partidárias para combater o "carreirismo" na política?
As juventudes partidárias têm de apostar na meritocracia. E um dos melhores exemplos é a formação política de qualidade, como a Universidade de Verão. O rigor e a excelência são essenciais para a credibilização da classe política, e foi nessa esteira que surgiu a ideia do contrato eleitoral, um compromisso assumido pelos deputados da JSD que vierem a ser eleitos para com os jovens portugueses. Através da plataforma de debate Novo Portugal que vai acompanhar o trabalho dos deputados, através da publicitação da sua agenda tornando mais transparente e pública a actividade do deputado, pretendemos combater o “carreirismo” na política, dignificando-a.
A Universidade de Verão tem sido um alfobre de jovens dirigentes da JSD. O que também se explica pelos critérios adoptados aquando da selecção dos seus alunos. Da UV têm sido grandes quadros da JSD, sendo um desses exemplos o Pedro Pimpão, do distrito de Leiria, aluno da edição 2007, e que é neste momento candidato pelo círculo de Leiria à Assembleia da República. Este é o melhor exemplo que o partido pode dar no reconhecimento dos jovens quadros da JSD. Mas há outros. Há dezenas de dirigentes da JSD, nacionais, distritais e de secção, que sairam da Universidade de Verão.
Caro Pedro, tu como presidente da jota nacional, sabes a importância da juventude partidária, de qualidade, na politica. Contudo, devido a diversos factores a maioria da população portuguesa não crê nas juventudes partidárias!
Devido muitas vezes há pouca qualidade de alguns membros, que tendem seguir as pisadas familiares ou simplesmente tem uma capacidade única para se "colar" a alguém no poder.
Assim para quando uma ruptura com este tipo de gente, e se tu como presidente da jota nacional não sentes a falta de empatia entre as jotas partidárias e os jovens portugueses e o que achas que é necessário fazer para evitar esta tendência??
Já agora continuem com o bom trabalho, pois eventos como este voltam a trazer credibilidade a jota e acima de tudo preparam as bases do partido.
A única forma de combatermos essa tendência é sermos verdadeiramente exigentes connosco e com a nossa actividade. Temos sempre de ter presente a necessidade de desenvolvermos a nossa actividade com qualidade e rigor. Quando os jovens desconfiam de nós, não são os jovens que estão errados. Provavelmente seremos nós que não estaremos a desenvolver a nossa actividade no rumo e no sentido certo. Mas, honestamente sinto uma enorme identificação dos jovens portugueses com a JSD, o que muito me orgulha.
Considerando as suas palavras, como pode a JSD contribuir a curto-prazo para a renovação urgente que o partido precisa?
A renovação do partido tem de ser afirmada com quadros politicos jovens de qualidade. Não acredito numa renovação imposta, trocando-se quadros politicos mais jovens por menos jovens apenas por força da idade. A renovação deve ser garantida com quadros políticos de qualidade, com elevado padrão de rigor, qualidade e exigência.
Como podemos incentívar os jovens a participar na vida cívica?
A motivação dos jovens para a participação cívica depende muito da identificação que sentem com os actores políticos, seus discursos e prioridades. Neste sentido, o importante é a adequação entre as prioridades dos jovens e as dos políticos. Os políticos têm de deixar de falar “politiquês” e passarem a falar português, adequando a sua linguagem à dos jovens, assumindo como suas as prioridades que motivam e mobilizam os jovens.
A JSD pode vir a ser a terceira bancada do PSD na AR. Que importância terá uma bancada da JSD para os portugueses, ao nível do panorama nacional e não tendo apenas em conta os jovens? A bancada JSD estará na tua opinião ao nível de discutir assuntos como o orçamento de Estado, as reformas dos idosos, entre muitos outros?
A JSD tem de discutir todos os assuntos que são relevantes para o futuro das novas gerações. Ora, à nossa geração interessam todos os assuntos determinantes da agenda politica nacional, na medida em que determinarão o nosso futuro. Nessa medida, discutiremos activamente em todos os assuntos relevantes da agenda parlamentar e não apenas aqueles que à partida possam parecer mais directamente com os jovens portugueses. Rejeito a ideia de que à JOTA apenas interessam questões directamente conexas com a juventude. Por isso questões como o Orçamento de Estado, serão evidentemente matérias nas quais nos empenharemos.
Qual considera serem os maiores desafios da JSD para os próximos 4 anos?
A JSD nos últimos 3 anos assumiu como principal desafio recuperar a sua credibilidade e restaurar a confiança dos jovens portugueses. Hoje julgo que esse desafio foi devidamente cumprido. Voltamos a liderar, em alguns momentos, a agenda politica nacional, voltamos a ser a voz da juventude dentro do partido e iniciamos um caminho de afirmação de liderança da juventude portuguesa. Nos próximos anos devemos assumir o desafio de demonstrar que é possível fazer politica de maneira diferente em Portugal. Com uma nova atitude, com uma nova ambição. Os jovens afastam-se progressivamente dos actuais actores politicos. Como consequência o sistema politico encontra-se totalmente desacreditado. Os jovens não se reveem nem no discurso, nem nas prioridades, nem na atitude dos politicos actuais. Acresce que o nosso país estagnou. Continuamos na cauda da Europa nos mais importantes indices de desenvolvimento economico e social. Somos o país da Europa com a mais alta taxa de desemprego jovem e a juventude portuguesa perdeu esperança no futuro. Ora, a mudança que se exige, que é reclamada pelas novas gerações não será desenvolvida pelos politicos actuais. Tem de ser liderada pelas novas gerações. Tem de ser produzida e liderada pela JSD. Por isso, considero que a responsabilidade nos próximos anos da JSD exige que todos asumam uma postura de enorme exigência e rigor. Consigo e com os outros... Liderar a mudança em Portugal não depende apenas do envolvimento e empenho de alguns. Exige a convicção de todos. Por isso André, conto muito contigo, e como todos os teus colegas da UV, para operarmos esta mudança em Portugal.
Numa altura em que a juventude é escarnecida com epítetos tais como "rasca" e "sem valores", fará sentido a JSD promover em todos os distritos uma escola de formação em que o ensino da ética fosse prioridade, além do exemplo, evidentemente?
A formação política é um instrumento relevantissimo para a melhoria da qualidade dos quadros politicos da JSD. A comissão politica nacional da JSD formou formadores em todos os distritos que estão aptos a ministrar formação politica aos militantes e dirigentes da JSD. Entendemos que além de iniciativas como a Universidade de Verão é determinante disseminar iniciativas de formação por todo o país, de modo a chegarmos assim ao maior numero de militantes possivel.
Qual é para si o principal problema que existe na educação em Portugal?
A Educação tem de ser afirmada como uma prioridade estratégica do nosso desenvolvimento colectivo. Só apostando na formação dos nossos jovens poderemos aspirar a ser um País mais competitivo. Do meu ponto de vista, o nosso sistema de educação tem como principais lacunas a falta de rigor e exigência, por um lado, e a desadequação dos programas às reais necessidades do País. O sistema de educação de tem conferir aos jovens ferramentas adequadas para que estes se afirmem num mundo cada vez mais globalizado.
Acha que as listas do PPD/PSD são as mais adequadas, não são uma ferida aberta? Pessoas que já tiveram diversas oportunidades de mudar e alterar Portugal, e nunca alteraram, merecem mais um voto de confiança dos portugueses? Ou será que haverá "velhos políticos" com ideias novas?
A constituição de listas é sempre um processo que conduz a controversia e a discussão. Mas correspondem a uma opção legitima da liderança do partido. No que diz respeito às listas de deputados à AR devo dizer que considero que correspondem a uma renovação muito interessante, na qual tenho uma enorme esperança e expectativa.
Excelentíssimo Dr. Pedro Rodrigues, gostaria de lhe fazer uma pergunta, que não é de facil digestão, mas que no meu entender é importante.. tenho de lhe pedir desculpas se de algum modo posso ofende-lo. Assim, gostaria de saber porque nao interage de forma mais evidente e informal com os grupos da Universidade de Verão, tendo em conta que está aqui connosco toda a semana, e pelo que reparo mal fala connosco. afinal somos ou nao a geração da JSD?
:)! Não é pergunta de má digestão de modo algum... Voces são de facto a geração da mudança na qual tenho um enorme orgulho e esperança. Tento interagir convosco o mais possível, embora reconheça que este ano estou um pouco limitado por força dos trabalhos que tenho de preparar para a campanha... Mas tentarei estar mais convosco... Um enorme beijinho
O que pensas da relação entre actividade partidária e dirigismo associativo? Deveriam as juventudes partidárias ter um papel mais activo em termos de formação sobre politica educativa?
Consideras que as juventudes partidárias deviam pressionar mais os governos para existir uma maior e melhor educação e formação sobre politica ao nível do ensino básico e secundário?